"....quero viajar todos os mares, quero ir atrás do tempo..."


Quem ama a liberdade conhece que é idêntica

a verdade e a não-verdade o ser e o vazio

e por isso na sua celebração a metáfora expande-se

na liberdade de ser a ténue sabedoria desse momento

e só desse momento em que o arco cresce

Há então que procurar a chuva dessa nuvem

ou desdizê-la não para o nosso olhar

mas para um outro rosto de areia que cresce no vazio

e poderá ser de pedra ou de ouro ou só de uma penugem

O poema é o encontro destas duas faces

de nenhuma substância quando no vazio do céu

os anjos se diluem com as mãos despojadas

(António Ramos Rosa)

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